terça-feira, 9 de abril de 2013

Guaraná Antarctica usa Vine para publicar microcomerciais

Nova ferramenta que cria vídeos de seis segundos começa a ser explorada como mídia pelas marcas.


Fonte: Revista Exame


Edição especial azul do Guaraná Antarctica
Edição especial azul do Guaraná Antarctica: presença digital maciça nas redes sociais foi estendida à nova plataforma, o Vine


São Paulo - Mistura de gif com comercial de seis segundos, o Vine, app do Twitter para vídeos curtos, já começa a ser explorado como meio por algumas marcas .

Uma das primeiras marcas nacionais experimentar a nova mídia é o Guaraná Antarctica, que usou as redes sociais para publicar uma série de curtas criados com a ferramenta.

O modelo superveloz de comercial foi embedado na
conta oficial do Twitter da bebida, com mais de 130 mil seguidores. Até o momento foram feitos cinco posts temáticos, todos produzidos pela agência Espalhe - Marketing de Guerrilha. Veja algumas das peças abaixo:


Disponível desde janeiro, o Vine é uma ferramenta que permite montar pequenos vídeos com fotos dos usuários, criando uma espécie de gif com áudio. O meio já vem sendo usado regularmente por marcas fora do Brasil, e já podem ser vistos pequenos comerciais da General Eletric, da Urban Outfitters, da GAP e da Adidas, entre outros.


Líder da oposição: Aécio Neves quer “tolerância zero” com a inflação

Fonte: Queremos Aécio Neves Presidente


Líder da oposição: Aécio Neves quer “tolerância zero” com a inflação
Aécio quer “tolerância zero” com a inflação

Líder da oposição: Aécio Neves critica postura frouxa do PT em relação à inflação; PSDB prepara novo projeto para contar alta dos preços


Tolerância zero é o que o líder da oposição, Aécio Neves, propõe. E o inimigo é um dragão que há muito tempo andava adormecido, mas que, graças a frouxidão da equipe econômica do Governo Dilma Rousseff, despertou e já começa a tomar coragem por andar livre por aí. Trata-se da inflação.
Como o próprio Banco Central publicou em documento há poucos dias, a presidente Dilma Rousseff chegará ao final de seu mandato, em 2014, sem conseguir manter a taxa anual da inflação dentro da meta estabelecida. Um descontrole completo e perigosíssimo quando acontece numa área onde inúmeras variáveis – internas e externas – são capazes de mudar bruscamente o quadro.

Para Aécio Neves, a luz amarela já foi acessa há muito tempo. Não dá mais para esperar uma luz divina sobre a cabeça da presidente Dilma Rousseff ou do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No governo do PT, por pura incompetência administrativa, a inflação já deixou de ser fantasma e voltou a ser realidade.

“Desde a saída do Palocci, ex-ministro da Fazenda, os pressupostos macroeconômicos vêm se fragilizando. Há uma leniência do governo com a inflação, a presidente Dilma é leniente com a inflação. A população que recebe hoje dois salários mínimos e meio já tem inflação de alimentos de 14%. Quando o dragão começa a colocar a cabeça para fora, sabemos que é difícil colocá-lo na caixa de novo”, disparou Aécio Neves, em recente entrevista para o jornal Folha de S. Paulo.

CLIQUE AQUI E LEIA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA DE AÉCIO NEVES À FOLHA DE S. PAULO

A candidatura de Aécio Neves pode representar muito mais do que a simples volta doPSDB ao poder central. Ao defender abertamente o legado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador mostra que levará de volta à União uma administração preocupada em manter as conquistas históricas do Plano Real.

“No governo do PSDB, tolerância zero com a inflação. O PT nunca foi muito claro com isso, desde que votou contra o Plano Real. Nos dez anos de governo do PT, apenas em três anos o centro da meta foi alcançado. No governo Dilma, não será em nenhum dos anos. Isso é gravíssimo”, completa o líder da oposição, Aécio Neves.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Game of Thrones" ganha versão brasileira

Na versão nacional, são oito os grandes grupos que se digladiam pelo Trono de Ferro, hoje ocupado por Dilma Rousseff, integrante e Mão do Rei da Casa Lula.


Fonte: Revista Exame


Versão nacional de Game of Thrones, com políticos brasileiros
É esse o espírito de "Guerra dos Tronos da Política Brasileira": mostrar o quão a busca pelo poder e o que é feito para obtê-lo pode ser menos ficcional e de difícil entendimento do que parece



A terceira temporada do elogiado seriado Game of Thrones, da HBO, estreou no último domingo (31) no Brasil. E o jogo pelo poder, que centraliza as batalhas protagonizadas pelos clãs na atração, ganhou uma versão com grupos políticos nacionais, que viraram Casas, assim como ocorre no sucesso da TV.

Se a trama medieval, que se passa no Reino de Westeros, conta com elementos que justificam as ações dos envolvidos nas disputas, a variante tupiniquim não deixa por menos, transformando o que é ficção em realidade por meio de alianças, ligações e apoios de personagens políticos que têm, basicamente, dois objetivos: alcançar o poder ou permanecer nele.

“Fica interessante ler alguma notícia sobre a política nacional com o mapa da ‘Guerra dos Tronos da Política Brasileira’ ao lado. Vai facilitar a compreensão das alianças e das ligações dadas entre os governantes. Ainda mais no cenário atual, faltando pouco mais de um ano para as próximas eleições que definirão presidente e governadores”, diz Arnaldo Azevedo, um dos idealizadores do projeto.

Na versão nacional, são oito os grandes grupos que se digladiam pelo Trono de Ferro, hoje ocupado por Dilma Rousseff, integrante e Mão do Rei da Casa Lula.

Ela conta com aliados de grande quilate, como as Casas Sarney e Temer. O reinado detém grande infantaria, a maior de todas, que ajuda na manutenção da governabilidade que dura 11 anos.

A aparente tranquilidade no Reino Brasil é ilusória, já que há uma intermitente intenção dos rivais históricos em tirar a Casa, que hoje comanda, do Trono de Ferro.

São eles a Casa Neves, que conta com a adesão de nomes como o ex-Rei Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin, a Casa Serra, a Casa Marina e a Casa Arraes, que tem abertura para coalisão, por exemplo, com os ocupantes do Vale da Direita. A maioria com base sólida para alcançar o que quer.

“Precisamos falar de forma didática e lúdica para mostrar e mapear como se dá o jogo político. Queremos que qualquer pessoa, por menos conhecimento político que tenha, possa entender como se dá esses movimentos”, relata Azevedo.

É esse o espírito de "Guerra dos Tronos da Política Brasileira": mostrar o quão a busca pelo poder e o que é feito para obtê-lo pode ser menos ficcional e de difícil entendimento do que parece.

Correr é melhor para saúde do que caminhar

Pesquisa compara os efeitos da atividade física moderada e vigorosa para a saúde.


Fonte: Revista Exame



Mulher correndo no parque Battersea, em Londres, na Inglaterra
Mulher correndo no parque: pesquisa mostrou que quem corre cerca de 20 km por semana terá benefícios superiores se a atividade for realizada mais intensamente


São Paulo - Há muitos motivos correr e nosso objetivo aqui não é levantar todos eles. Mas vamos pensar em uma hipótese: e se a saúde fosse sua única motivação fazer atividade física e você pudesse obter os mesmos benefícios da corrida, apenas caminhando? Você mudaria seus treinos?

Um grande estudo australiano tem respostas sobre os efeitos das atividades físicas sobre dois dos principais problemas de saúde, a hipertensão e a depressão. Resumo para os impacientes: quem corre cerca de 20 km por semana terá benefícios superiores se a atividade for realizada mais intensamente do que aqueles que fazem o mesmo volume apenas de forma moderada.

O estudo coletou dados durante um período de 12 anos entre mais de 11 mil mulheres nascidas entre 1946 e 1951. As mulheres relataram o tempo gasto caminhando rapidamente e fazendo atividades de lazer moderadas, como natação recreativa, golfe e jardinagem. Elas também registraram atividades adicionais, que os pesquisadores classificaram como um treino vigoroso, incluindo a corrida.

Um recurso interessante deste estudo é que os pesquisadores controlaram o volume global da atividade. Isto é, eles compararam os níveis de atividade semelhantes entre as mulheres que fizeram apenas atividades moderadas e mulheres que fizeram atividades moderadas e vigorosas. Desta forma, dizem os pesquisadores, eles foram capazes de eliminar a possibilidade de que quaisquer benefícios extras encontrados nas mulheres que tivesse feito exercícios vigorosas eram resultados das mulheres simplesmente terem passado mais tempo se exercitando.

Os níveis de atividade das mulheres foram calculados pela escala MET minutos por semana. "MET" significa "equivalente metabólico", que é uma maneira de comparar a energia gasta em atividades diferentes. Mesmo quando estamos sentados temos o valor de gasto de 1 MET. Ao andar em um ritmo bom, temos o valor de 3 METs, ou seja, gastamos três vezes mais energia andando do que sentado. Correndo 1,6 km em 10 minutos (10km por hora) temos o valor de 10 METs. Os METs acumulados em uma semana totaliza a quantidade de tempo que você gasta em vários níveis de gasto energético. Por exemplo, se você fez na semana passada três caminhadas de 30 minutos e correu cerca de 6 km ao ritmo de 10 km por hora, seus minutos MET para a semana seria de 1.870 (30 x 3 METs para cada uma das três caminhadas, além de 40 x 10 METs para cada um das quatro corridas). Orientações indica que para benefício da saúde entre adultos o índice mínimo alcançado deveria ser no mínimo entre 500 a 1.000 minutos METs por semana.

No estudo australiano, ambos os grupos de mulheres ativas tinham muito menos incidência de hipertensão e sintomas de depressivos do que as mulheres não-ativas da mesma idade. Além disso, os pesquisadores descobriram que, em níveis mais baixos de atividade geral, as mulheres que incluíram a atividade vigorosa tiveram resultados de saúde apenas um pouco melhores do que as mulheres que realizaram apenas uma atividade moderada. Apenas no nível mais elevado de atividade geral considerados no estudo mulheres acima de 2.000 METs minutos por semana, o benefício extra de atividade vigorosa foi estatisticamente significativa.

Por uma questão de matemática simples, considerar que correr 20 km por semana a 10 km por hora nos da 2.000 minutos MET por semana. Se isso representa uma semana típica de atividade física em sua vida, então você tem uma redução de risco ligeiramente maior para sintomas de hipertensão e depressão do que alguém que faz o mesmo volume mas em apenas treinos moderados.

Folha de São Paulo: entrevista com Aécio Neves

Em entrevista à Folha na qual se posiciona com clareza como candidato à Presidência da República, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) atacou a política macroeconômica de Dilma Rousseff e acusou a presidente de ser “leniente” com a inflação e de querer “até controlar o lucro de empresários”. O tucano criticou a falta de autonomia do Banco Central para evitar alta nos preços: “Quando o dragão começa a colocar a cabeça para fora, sabemos que é difícil colocá-lo na caixa de novo”, diz. O senador promete, num eventual governo tucano, fazer o país crescer pelo menos de 4% a 5% ao ano. A entrevista foi concedida em São Paulo anteontem, onde esteve ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
 
 
 
 
Eleições 2014: Aécio Neves, Dilma, Campos e o pacto federativo
Senador Aécio Neves
 
 


Folha - Qual sua receita para a economia?
Aécio Neves - Essa política nacional-desenvolvimentista, que acha que o Estado tem de ser o indutor do crescimento econômico, não deu certo. O câmbio flutuante, instrumento importante para suavizar impactos da variação externa de preços, já não existe, é um câmbio quase rígido.

Mas esse "cambio controlado" ajuda a industria exportadora, que o PT acusa o PSDB de praticamente destruir?
O problema da indústria exportadora se dá pelo custo Brasil, da logística inexistente. O Brasil, que já participou com cerca de 2,2% do comércio externo, hoje caiu para 1%. Se continuar assim, teremos 0,7% em dez anos.

Mas vocês não costumam dizer que o PT seguiu a política econômica tucana.
Desde a saída do [Antonio] Palocci, ex-ministro da Fazenda, os pressupostos macroeconômicos vêm se fragilizando. Há uma leniência do governo com a inflação, a presidente Dilma é leniente com a inflação.

No governo do PSDB, tolerância zero com a inflação. O PT nunca foi muito claro com isso, desde que votou contra o Plano Real. Nos dez anos de governo do PT, apenas em três anos o centro da meta foi alcançado. No governo Dilma, não será em nenhum dos anos. Isso é gravíssimo.

A população que recebe hoje dois salários mínimos e meio já tem inflação de alimentos de 14%. Quando o dragão começa a colocar a cabeça para fora, sabemos que é difícil colocá-lo na caixa de novo.

O sr. defende subir os juros para baixar a inflação?
Defendo que o Banco Central tenha total autonomia para fazer o que considerar necessário. Se avaliar que é preciso subir juros para conter a inflação que ele mesmo diz ser preocupante, então tem de subir os juros. O que não pode é haver uma interferência política, uma interferência com viés eleitoral.

Subir juros gera desemprego, como receitam economistas críticos do governo Dilma?
Acho que é possível controlar a inflação sem riscos maiores de desemprego. O Brasil tem gerado empregos, mas de baixa qualidade. A educação é uma herança maldita que o PT deixará e está comprometendo o futuro do crescimento do país.

Mas os indicadores de Minas em educação não são tão diferentes do Brasil.
Não, são melhores. Minas tem hoje no Ideb a melhor educação fundamental do Brasil. Estamos na frente em matemática, em todas as séries pesquisadas. Temos de adequar os currículos à realidade de cada região. Não se pode achar que as expectativas de um jovem do centro de São Paulo sejam as mesmas do que mora no Acre. Vejam, o tempo médio de escolaridade no Brasil é de 7,5 anos. Na Bolívia é de 9, Argentina, 12 anos. Não houve nenhum avanço na educação no governo do PT, continuamos na rabeira do continente.

Mas se acordasse hoje presidente da República e tivesse de tomar uma decisão entre controlar a inflação, mesmo que tivesse de diminuir o emprego, o que faria?
Ninguém vai tomar medida para aumentar o desemprego. É possível ser intolerante com a inflação sem gerar desemprego, garantindo competitividade ao Brasil, fazendo investimentos corretos.

O PT acusa o governo FHC de ser campeão dos juros altos.
São períodos diferentes, enfrentamos crises internacionais seguidas, e a agenda prioritária era o controle da inflação.

O sr. diz que o empresariado reclama da presidente...

A presidente quer controlar até o lucro dos empresários. Eles têm de acompanhar é a qualidade do serviço e o que isso representa de bem estar da população. É natural, no capitalismo, goste ou não dele, que o lucro seja compatível ao risco do investimento.

Mas eles acusam o PSDB de desmontar o Estado e fazer privatizações sem controle, rendendo lucros elevados ao empresariado?Olha, demoraram quase dez anos para fazer concessões ao setor privado. Fizeram isso lá atrás com uma visão equivocada, que deveriam ter a menor tarifa, no caso das concessões rodoviárias. Tudo bem, belo conceito, mas trágico para o Brasil. Resultado: as obras não foram feitas, os investimentos não foram feitos.

O PT diz que o governo tucano acabou com a capacidade de gerenciamento do Estado...
A lógica deles é criar uma nova estatal, é a quinta neste governo, sabe-se lá para o quê, é mais um ministério ali. Você sabe que, quando o governo FHC terminou, havia no âmbito na Presidência, um dado que mostra um pouco a lógica do PT, 1.200 cargos comissionados. Hoje são mais de 4.000 cargos comissionados. Isso é ilógico, é irracional; é, como diz o empresário Jorge Gerdau, uma burrice muito grande.

A dona de casa viu o governo anunciar luz mais barata e o sr. defender a Cemig. Não ficou do lado errado?
Não, nós também defendemos a diminuição das tarifas. Propusemos uma redução até maior, mais 6%, com diminuição do PIS/Cofins nas contas de luz. O governo do PT, com um populismo enorme, fez disso uma moeda eleitoral.
Dilma fez uma intervenção no setor e viu que foi equivocada. Hoje, todas as distribuidoras [de energia] estão pedindo financiamentos ao governo e vão receber dinheiro do Tesouro, o dinheiro da dona Maria, que tinha de ir para saúde, educação.

O sr. criticou a situação fiscal no governo...
Estão gerando uma bomba H, e não vejo ninguém com autoridade no governo para desarmar essa bomba. O governo estimulou o crescimento na base da expansão do crédito, pelo lado da demanda, mas 60% das famílias estão endividadas, 25% com contas atrasadas. Conversei com economistas brasileiros e estrangeiros, na presença do presidente FHC. Eles falam que hoje a crise está sendo superada, na Europa com mais lentidão, Estados Unidos já estão se recuperando. Mas o Brasil não é mais a bola vez, não é mais o queridinho do mundo. Os olhos do mundo voltados para o Brasil são de enorme desconfiança. Então, temos uma propaganda avassaladora em que conseguem o disparate de apresentar a Petrobras, que vive a maior crise da sua história, como a mais exitosa da história. A troca do sistema de concessões pelo de partilha se mostrou um equívoco. O sistema de concessões é muito mais acertado.

Não teme ser acusado de fazer uma política contra Petrobras?
Ao contrário, o momento em que a Petrobras atraiu mais investimento privado foi sob FHC. A Colômbia copiou o modelo de concessão do Brasil e passou a Petrobras em valores de mercado hoje. A política de subsídio de preços, como foi feita, assassinou o setor de etanol. Hoje estamos importando etanol dos Estados Unidos. O Brasil hoje é o Brasil da insegurança, do improviso, isenções e desonerações para determinados setores. Você abre o jornal de cada dia para saber quem são os beneficiados do dia, isso não é política macroeconômica responsável.

Quanto acha que a economia no governo tucano pode crescer?
Eu vou ousar aqui, repetindo o que disse outro dia o ex-presidente do BC Armínio Fraga, no governo do PSDB, com as medidas que deveriam ser tomadas rapidamente, o Brasil pode crescer acima de 4%, 5% de forma sustentada.

O sr. fala como candidato, age como candidato, assume um tom na entrevista de candidato, mas ainda não diz oficialmente que é candidato.
(Risos) O PSDB terá candidato, não tem direito de negar ao país um projeto alternativo a este que está aí, que tem levado o Brasil tanto do ponto de vista econômico quanto social a uma extrema preocupação. Mas não vamos nos antecipar em função da agenda de outros. Houve uma antecipação da agenda eleitoral por parte da presidente da República.

Por quê?
Acho que o fantasma da candidatura do ex-presidente Lula pairava em torno do Palácio do Planalto com muita consistência, e isso começava a incomodar. A antecipação ampliou muito as expectativas da base aliada por espaço no governo, que já era muito grande e hoje é quase que incontornável. Hoje o governo se move para atender e saciar o apetite por cargos e verbas da base do governo. A lógica é a da reeleição e não tem espaço para qualquer discussão de interesse real do país.

Essa não é uma lógica de todos os governos?
Não de forma tão prematura quanto agora. A base diz assim: ora, se a presidente já está em campanha, queremos saber qual é nosso espaço neste latifúndio de poder. Com isso, ela nos dá liberdade de caracterizar todas as ações dela como eleitorais. Alguém pode achar que essa chamada reforma ministerial em curso tem por objetivo melhorar a qualidade do governo? Claro que não, ela sequer conhece essas pessoas que está colocando lá! Ela busca é acrescentar alguns segundos a mais na propaganda eleitoral.

*Mas então o problema não é o toma lá da cá, mas sua antecipação? *

Sempre houve concessões a partidos aliados? Sim, mas jamais no nível atual. Acho que nem no período Sarney houve uma entrega tão grande dos espaços do poder sem qualquer critério. Teve no governo Lula e se ampliou com Dilma.

Está dizendo que Dilma é fisiológica?
Ela é vitima hoje de uma armadilha construída pelo próprio PT, chamado de governismo de coalizão. Lamentavelmente vejo uma presidente sem autonomia. E hoje temos crescimento medíocre e uma inflação fora de controle; industria paralisada. Tenho feito conversas por toda parte, e ouço muitas críticas, mas não coloco minhas conversas no Facebook ou no Twitter.

O sr. está dando recado para o governador Eduardo Campos (PSB-PE), que tem mostrado sua movimentação com empresários?
Não, não.

Alguns dizem que não assumir é dar margem para desistir. O senhor pode amarelar?
(Risos) Sou hoje candidato a presidente do partido, e estarei pronto para qualquer missão. Tudo a seu tempo. Não vamos estabelecer nossa estratégia a partir da dos outros. Eu venho de uma escola que diz que a arte da política é a administração do tempo.

Tempo esse que atropelou o PSDB nas últimas eleições.
Enfrentamos condições dificílimas de crescimento econômico e uma popularidade altíssima do presidente Lula. Numa eleição você não entra só para ganhar. Por isso não temos pressa, temos de ter consistência.

Faltou isso nas últimas campanhas do PSDB?

Talvez sim. Não por demérito dos candidatos, que todos apoiamos. Mas não conseguimos fazer com que parcela importante do Brasil voltasse a sonhar com um desenvolvimento social mais amplo. Se tivéssemos feito isso, teríamos ganhado as eleições.

Mas vocês só fizeram se distanciar dessa parte do eleitorado...

Nós tivemos problemas, mas, apesar das derrotas, sempre fomos para o segundo turno com votações expressivas, tanto do Serra como do Alckmin. O PSDB continua sendo a principal alternativa de poder a esse modelo que está aí.

A presidente, no início do governo, elogiou o ex-presidente FHC. Hoje, critica. O que ocorreu?

Acho que em ao menos um dos episódios ela não foi sincera.

Em qual deles?

Cabe a ela dizer.